A moda e o tempo (Séc XIV - XIX)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012
FONTES:
http://modahistoria.blogspot.com.br/

Uma característica importante foi a diferenciação das roupas masculinas das femininas e embora pareça totalmente oposto à realidade moderna, o homem tinha, nesta época, um visual que sobressaía em relação ao da mulher.
A imagem marcante da roupa feminina para este período é a “Cotehardie”:
•  Parte interior - vestido bem justo;
•  Parte exterior - vestido amplo ou sobre túnica;
•  Aberturas localizadas, geralmente nas mangas;
•  Cintura alta, abaixo dos seios;
•  Saia do vestido abrindo a partir da cintura, com bastante volume de tecido;
•  Decote acentuado, valorizando o colo;
•  Penteados corniformes e chapéus com véus;
•  Cabelos raspados na testa e puxados ao máximo para trás.

As roupas masculinas tornaram-se curtas e justas:

•  Meias longas, cobrindo toda a extensão das pernas;

•  Colete curto, estofado no peito, também chamado Gibão;

•  O Codpiece, uma espécie de antecessor da braguilha;

•  Sapatos pontiagudos;

•  O Houppelande, um manto amplo, longo ou curto e ajustado na cintura.


 


Podemos assim observar que, no século XIV, a roupa apresentou algumas diferenças em relação ao século anterior. Os vestidos modificaram-se, passando de justos a mais proporcionais e volumosos (nas mulheres), começaram a utilizar-se camisas que cobriam desde o ombro até à cintura e Ceroulas, agora mais compridas e justas (nos homens). Os penteados voltaram a ser aparados e curtos e os homens utilizavam frequentemente barba e barrete em forma de crista. Os sapatos eram feitos de pele de bode ou cabra, ou então sapatos tipo marroquino que cobriam a perna desde o peito do pé até ao joelho. Durante o século XIV, as roupas das classes privilegiadas ganharam muitos enfeites e acessórios, como botões e cintos ornamentados com pedras preciosas. Os tecidos variavam de acordo com a classe social.
 O traje bem cortado era sinal do estatuto político e económico de quem o usava.

SÉCULO XV

http://www.youtube.com/watch?v=yLOUltYDxms (1492: Conquest of Paradise)

O século XV sofreu grandes influências da corte espanhola, uma das mais importantes da época.
Os homens utilizavam:
•  Calções muito largos com aberturas laterais e com um cinto com fivelas.
•  O Gibão permaneceu a vestimenta básica.
•  Vestiam-se também coletes, camisas complementadas com tiras envoltas em seda, mantos, capas e casacos curtos com lapela e mangas.
•  Uma das principais tendências, por parte dos membros da Corte, era o uso de grandes colarinhos no pescoço.
•  No calçado passou a ser muito utilizado o veludo, sempre de pontas quadradas e botas de tacão alto, sendo este de cores diferentes.
•  Passou a utilizar-se o cabelo curto e a barba pontiaguda.
•  Como adornos no cabelo utilizavam-se barretes e gorros. 

As mulheres utilizavam:
•  Vestidos em que a saia era constituída por dois ou três saiotes sobrepostos. Estes eram ajustados ao corpo e tinham grandes decotes.
•  Como adornos utilizavam colares, pendentes e medalhas.
•  Os cabelos eram cobertos por pequenas toucas ou barretes.



CULO XVI

The period of the Tudors.
Espanha



Vamos associar o século XVI aos Lansquenets.

Os Lansquenets eram soldados alemães. Suas roupas caracterizavam-se por:

Mistura intensa de cores e tecidos;

Rasgões e recortes em áreas estratégicas, que deixavam à mostra o forro, geralmente bordado;

Chapéus baixos, enormes e cobertos com penas;

Sapatos "patas de urso";

Tiras e fitas para prender perneiras e mangas;

Cintos, fivelas e armas ricamente decorados;

Acredita-se que essa moda tenha se difundido em outros países, graças a um fato curioso: Alguns materiais nobres como seda e tecidos preciosos, ficaram em mão de soldados suíços, em 1476, na batalha de Grandson, que utilizaram-nos para fazer remendos em suas roupas. outros soldados copiaram esses visuais e os levaram para seus países, fazendo com que se difundisse essa moda por toda a Europa e fosse incorporado inclusive pelos nobres.

Na segunda metade do século XVI, a grande influência foi da moda espanhola.

A Espanha era, nesse período uma das nações mais prósperas do continente.

O estilo definia-se como:

Tecidos negros;

Bordados com fios de ouro e prata;
Decote horizontal, exibindo bordas da chemise;
Golas altas e sóbrias;
Postura rígida e elegante;


A Chemise era uma espécie de camisa, feita em linho ou algodão, usada por homens e mulheres, com a intenção de proteger a vestimenta exterior do suor;

De modo geral no século XVI a vestimenta feminina tinha seguintes características:
Cintura no centro do corpo;
Corpetes para definição da silhueta, com formato de cone invertido;
As farthingales, tiras de metal unidas para armação das saias e efeitos;
Os chapins, tamanco de cerca de 50 cm de altura, ricamente decorado;


CULO XVII

Rei Sol
No Século XVII passaremos a ter a França, e não mais a Espanha, como no período anterior, influenciando a moda nos demais países da Europa.

A figura máxima é a do rei, segundo os príncipios absolutistas.

Luís XIV, rei da França, também chamado de "Rei Sol" pode ser considerado como o inventor do luxo, pois nos deixou um legado de símbolos de status e sofisticação, durante seu reinado, tais como:

Os diamantes;

O champagne;

Sapatos de salto-alto;

A gastronomia;

Os precessores de butiques, grifes e salões de cabelereiros, assim como dos primeiros criadores de alta-costura;

Os perfumes;



Para Luís XIV ostentar o luxo era uma forma de poder. A França soube utilizar muito bem esse poder de sedução para influenciar outros países. As criações da corte francesa eram desejadas e disseminadas por toda a Europa.



A figura de seu primeiro-ministro Jean-Baptiste Colbert foi responsável pela criação de um dos primeiros jornais de moda, o Mercure Galant, que trazia informações das roupas francesas e ainda instituiu o conceito de rotatividade de coleções por estação, que é mantido até hoje.


A Vestimenta masculina estava assim definida:
O Rhinegrave, uma espécie de calção-saia;
Colete justo;
Perucas compridas;
Sapatos com salto pequeno;
Os justaucorps;







A Vestimenta feminina era composta basicamente por:

Vestido com corpete em "V" e saia ampla;

O manteau;

Penteado fontange;

Sapatos altos;


Tanto na vestimenta feminina como masculina deste período veremos uma utilização excessiva de laços, fitas, amarrações, rendas e babados.

CULO XVIII

As novas concepções de pensamento, advindas do Iluminismo, e as correntes artísticas do Barroco e Rococó, marcam fundamentalmente o Século XVIII.

O retrato do momento é o de uma aristocracia ociosa, que levava uma vida extremamente luxuosa.
A imagem da rainha Maria Antonieta, da França, é extremamente associada a esse período, devido à sua contribuição para mudanças no comportamento e no estilo da época, com suas extravagâncias. Pode ser considerada a maior mecenas cultural da época.

E é em função dela que surge a primeira figura de um costureiro ou criador.
Rose Bertin era responsável pela criação de seus vestidos e adereços. Há também aqui a imagem muito forte do que viria a ser o precessor de um cabelereiro.


De um modo geral se copiava o que era lançado na Corte de Versalhes:

Vestidos amplos, volumosos e pregueados, alguns em forma de saco;

Corpetes mais folgados;

As panniers e as farthingales na armação das saias;

Penteados exuberantes e altíssimos, com enchimentos e elementos decorativos;

Maquiagem empoada e mosquettes;

Chápeus enormes e com muitas plumas de animais nobres;


O visual masculino tinha a seguinte estrutura:

Casaco (justaucorps) ajustado na cintura;

Coletes bordados;

Calções extremamente justos;

Lenços originados das golas da chemise, muito volumosos, no pescoço;

maquiagem empoada com mosquettes;

CULO XIX

http://www.youtube.com/watch?v=JG7FDivQLac (The count of Monte Cristo)
http://www.youtube.com/watch?v=Y2ld6NXGFJI (Il ne faut jurer... de rien!)
Império
"Nenhuma pessoa, de qualquer sexo, poderá obrigar nenhum cidadão a vestir-se de uma maneira determinada, sob a pena de ser considerada e tratada como suspeita e perseguida como perturbadora da ordem pública: cada um é livre para usar a roupa e adorno de seu sexo que deseje"
Trecho do Decreto do Governo Revolucionário, 1793, França

O trecho acima representa muito bem um dos ideais que faziam parte da Revolução Francesa.
Ela culminou na transformação radical da sociedade daquele período. Após uma época de luxos e excessos, associar esta ostentação ao visual e às roupas era agora indesejável.

Com isso vamos ter um período em que a França cederá seu posto de referência de moda para a Inglaterra.




O início do século XIX será marcado por uma silhueta no mínimo curiosa e com inspiração na Antiguidade Clássica, extremamente confortável e totalmente contrastante com o que se vinha usando até então.

O visual feminino poderia ser assim definido:
Vestidos de musseline ou cambraia, muito fluidos (espécie de camisolas);
Cintura abaixo dos seios;
Penteados simples e naturais;
As retícules ou ridicules;
O xale, de Caxemira;



Já o masculino adquiriu as seguintes características:

Alfaitaria tipo inglesa (xadrezes e casacas);
Calças de casimira;
Botas de montaria;
Lenços volumosos no pescoço;
Penteados simples e naturais;


CULO XIX

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